O Instagram é a principal plataforma usada por redes de pedófilos para promover e vender conteúdo de abuso sexual infantil, diz um relatório da Universidade de Stanford e do Wall Street Journal (WSJ).
“Grandes redes de contas com a aparência de serem administradas por menores anunciam abertamente material de abuso sexual infantil para venda”, disseram pesquisadores do Centro de Política Cibernética dessa renomada universidade do Vale do Silício, na quarta-feira (7).
“O Instagram é, hoje, a plataforma mais importante para essas redes, devido a características como algoritmos de recomendação de conteúdo e mensagens diretas, que ajudam a conectar compradores e vendedores”, acrescentaram.
E nem os pedófilos nem essas redes precisam mostrar muita engenhosidade.
De acordo com o WSJ, uma simples busca por palavras-chave explícitas sobre o assunto leva a contas que usam essas tags para anunciar conteúdo de abuso sexual infantil.
Muitos desses perfis “afirmam ser gerenciados pelas próprias crianças e usam pseudônimos abertamente sexuais”, detalha o artigo.
As contas não dizem, diretamente, que estão vendendo essas imagens, mas têm menus com opções, incluindo, em alguns casos, a de solicitar atos sexuais específicos. Os pesquisadores de Stanford também detectaram ofertas de vídeos com zoofilia e automutilação.
“Por um determinado preço, as crianças estão disponíveis para ‘reuniões’ presenciais”, continua o texto.
A reportagem destaca o papel desempenhado pelos algoritmos da popular rede social: uma conta de teste criada pelo jornal foi “inundada com conteúdo que sexualiza crianças”, após clicar em algumas dessas recomendações.
A Meta, empresa controladora do Instagram, não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da AFP.
De acordo com o WSJ, a gigante das redes sociais reconheceu ter dificuldades em seus serviços de segurança e disse que criou um “grupo de trabalho” para abordar o problema.
Em março, fundos de pensão e de investimentos apresentaram denúncia contra a Meta por ter “feito vista grossa” ao tráfico de pessoas e à pedofilia em suas plataformas.
O Instagram também é regularmente acusado por associações e por autoridades de não proteger suficientemente as crianças contra os riscos de bullying, dependência e problemas de autoimagem.
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